
Estou a uma semana de embarcar para a minha viagem de um ano pela Nova Zelândia. Desde a minha última publicação, nos últimos dias de Maio, saí de Lisboa e mudei-me para a minha cidade berço, o Fundão. Aqui estou a recuperar energias de dois anos consecutivos de trabalho quase sem férias, descanso, trato das últimas burocracias e compras, reencontro amigos, aproveito cada segundo de cafés e jantares de despedida, e dou infinitos abraços e beijos por todo o tempo que não poderei sentir pele com pele dos que amo.
E sim, as despedidas custam muito. Principalmente porque não há data de regresso. Mas sobre isto, falarei melhor em breve numa segunda parte deste tópico de preparação de viagem.
Hoje escrevo-vos sobre a preparação e logística desta viagem numa vertente mais utilitária, isto é, que equipamentos, roupas, documentos, produtos, malas, etc. irei levar na viagem. Esta preparação tem sido feita há já alguns meses, primeiro, para me prevenir de não encontrar em cima da hora tudo o que necessito para esta viagem, segundo, pela morosidade na obtenção/marcação de consultas necessárias, mas sobretudo, pela gestão financeira (não comprar tudo num único dia e ver a conta bancária chegar ao zero num ápice).
Quanto à logística, das primeiras tarefas que coloquei na lista de prioridades mal obtive o visto foi a marcação de consultas médicas. Todas as consultas que achei convenientes fazer de acordo com o meu histórico de saúde, mas também uma consulta do viajante. Excluindo as primeiras consultas mais específicas e que são sempre variáveis de pessoa para pessoa, a consulta do viajante é, a meu ver, muito necessária! Para onde quer que vás no mundo. Neste momento podes estar a perguntar-te porque iria eu a esta consulta se vou para um país muito civilizado e evoluído, com ótimas condições de saneamento. A verdade é que eu estou a pensar viajar para outros países neste meu ano com visto Work & Holiday na Nova Zelândia. Um deles é Timor-Leste. E já sabendo de antemão que provavelmente irei visitar este país em 2020 e não irei regressar a Portugal antes de o visitar, foi sensato precaver-me. Nesta consulta do viajante, foram-me recomendadas algumas vacinas (Hepatite A e Encefalite Japonesa), e foram-me receitados medicamentos para a Malária e indisposições provocadas pelo clima ou mosquitos. Fiz esta consulta no Instituto de Higiene e Medicina Tropical em Lisboa, mas poderão fazer esta consulta em outros pontos do país. Se quiserem fazer online, em breve, a Andreia Castro irá dar consultas online. Ela é médica e também blogger de viagens no Me Across The World. Olhem a sorte!
A minha chegada à Nova Zelândia faz-se uns dias antes de entrar o mês mais frio do ano neste país – Julho. Ainda para mais, quanto mais a sul do país eu estiver, mais frio faz. Ora, a minha jornada na Nova Zelândia irá iniciar-se em Queenstown, uma das principais cidades mais a sul do país. Imaginem o frio. Coloquei à prova a minha capacidade minimalista e o objetivo é não levar nem a mais, nem de menos, apenas o essencial para as quatro estações.
Relativamente aos equipamentos, roupas e essenciais que irei carregar comigo, fiz imensa pesquisa sobre os melhores casacos, botas, organização da mala, etc., mas onde encontrei a informação mais útil foi no BackPacker Guide New Zealand e no Switch Back Travel. Vou destacar quatro investimentos para esta viagem no que toca a equipamentos e roupa.
Decidi optar por levar duas malas de viagem. Uma mochila tem capacidade para 70 litros, é da Forclaz, e será para colocar todos os meus produtos, medicamentos e roupas. Algumas coisas que tive em consideração na sua escolha: ser grande o suficiente para caber tudo o que precisava, ser confortável para a coluna, ter vários compartimentos que me permitissem guardar os vários tipos de coisas e ter um fecho lateral que me possibilitasse chegar aos itens colocados no fundo da mochila.
Levo também uma mochila mais pequena para andar sempre comigo no dia-a-dia e será onde colocarei todos os equipamentos eletrónicos e valores durante as viagens de avião.
Onde canalizei maior investimento foi em casacos. Eles serão essenciais diários. Apostei num Thermoball, conhecido por ser um casaco quente, muito leve e prático para todas as estações do ano na Nova Zelândia da The North Face (em verde), e num Down With It Jacket muito quente e repelente de água para os meses de inverno e outono na ilha sul, da Patagonia (em azul escuro).
Além dos casacos e da mochila, o meu último investimento foi em calçado, nomeadamente, numa meia-bota que pudesse usar todos os dias, impermeável e que também me permitisse fazer trekkings. Depois de percorrer meia Lisboa em lojas de desporto de aventura, acabei por optar pelas Columbia Redmond IV com sistema Outdry.
Quanto à restante roupa e acessórios, a missão foi selecionar peças básicas e confortáveis, como várias t-shirts de cores neutras, duas camisas práticas para um trabalho que exija melhor apresentação, um top para as saídas à noite, duas calças de ganga, umas calças beges desportivas, três leggins de desporto, três camisolas com capuz, um casaco de ganga, um casaco leve para a chuva, um gorro, um cachecol quente, um pijama, uns flipflops, um boné, uns ténis de desporto (o objetivo é não deixar de fazer desporto regularmente), dois calções de verão, um fato de banho e roupa interior q.b.
Quanto aos produtos de higiene, levo o kit habitual de leite de limpeza, tónico, creme de rosto de dia, o sérum de noite e protetor solar, tudo da Organii Bio, e um disco de limpeza reutilizável. Para algumas pessoas são produtos prescindíveis numa viagem como esta, mas para mim não o são. Esta é uma rotina diária que preservo muito, para qualquer lado que vá. Todos os outros produtos de limpeza, como gel de banho e shampoo, levarei apenas amostras para os primeiros dias, e depois comprarei lá em outros formatos. Não esquecer também uma toalha de microfibra e uma toalha de algodão.
Medicamentos, bem, essa bolsinha está on the making pela mãe. Levarei apenas o básico, mais os medicamentos receitados para a potencial viagem a Timor-Leste.
Há outros utilitários sustentáveis que são mais ou menos dispensáveis e que eventualmente poderia comprar por lá, em lojas de segunda mão ou mais baratas, mas quero manter o foco na minha jornada sustentável. Para isso, pretendo levar a minha palhinha de aço inoxidável, talheres básicos e um tupperware para evitar desperdício diário e para transportar a comida para um ou mais dias de trekkings.
Depois, os equipamentos eletrónicos ou de trabalho necessários, tais como dois cadernos para manter ativa a minha escrita de journaling e o meu trabalho de freelancer, computador, power-bank, Kindle, auriculares, 1 ou 2 canetas, a minha máquina fotográfica, carregadores e um adaptador para as tomadas neozelandesas.
E formalidades? Além do visto, levo os papéis que confirmam todas as informações que submeti para me ser atribuído o visto (caso eles me peçam para conferir à entrada do país), tais como, cópias do seguro de viagem, do passaporte, do registo criminal e do extrato bancário. Quanto a documentos, levo passaporte, cartões Revolut e de débito portugueses, e a licença de condução internacional.
Não menos importante, levarei com muito orgulho o cachecol do Benfica e a bandeira de Portugal. Esta dica veio diretamente de alguns amigos da Gap Year Portugal, uma vez que há registo de muitas boleias e dormidas sem custos à pala de haver tantos portugueses pelo mundo que reconhecem estes dois símbolos. Chamem-me foleira, mas tenho um feeling que esta bandeira me vai fazer sentir muito em casa.
Parece-me que é tudo. Agora, toca de colocar tudo na mala e rezar para que a mochila não ultrapasse os 20 quilos, para bem das minhas costas e minha carteira (não pagar mais por excesso de bagagem). Let’s see…
Obrigada por me acompanhares nesta aventura! Tem sido uma jornada de preparação difícil, mas estou convicta que tudo está a acontecer do seu jeito natural.
Se ainda não sabias da minha ida para a Nova Zelândia, lê os artigos que escrevi sobre esta minha mudança de vida para o outro lado do oceano – parte I e parte II.
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