Depressão pós-viagem.

Durante 4 meses não consegui adormecer antes das 3h da manhã. Recapitulava a minha viagem vezes sem conta. Abria o Google Maps todas as noites, percorria as estradas que tinha feito, recordava os restaurantes que tinha marcados no mapa, explorava locais a que iria quando regressasse. Recordava emoções, sentimentos, sensações. Não queria esquecer nada. Adormecia magoada a chorar. E ferida acordava, chorando o pouco que restava. Era a dor da saudade. Fechava os olhos e rezava de mãos juntas ao peito: por favor memória, não te esqueças da leveza que viveste; por favor memória, não te esqueças da Ana que foi e já não consegue ser.

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Depois de esgotar todos os planos, o regresso

Depois de quatro meses de espera por uma resposta à minha candidatura a um visto de trabalho, bastaram 10 segundos para ver o meu mundo a desmoronar-se. Aquele e-mail safado que aparece no inesperado. Li as primeiras três linhas e bastou-me. Chamei ajuda. “Preciso de um abraço, Jack.” Ele veio. Abraçou-me por tempo interminável. O meu mundo parou de girar. O ponteiro do relógio parou. O meu coração caiu sobre o seu peito. Ganhei coragem e disse “o meu visto foi recusado.”

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