
Durante 4 meses não consegui adormecer antes das 3h da manhã. Recapitulava a minha viagem vezes sem conta. Abria o Google Maps todas as noites, percorria as estradas que tinha feito, recordava os restaurantes que tinha marcados no mapa, explorava locais a que iria quando regressasse. Recordava emoções, sentimentos, sensações. Não queria esquecer nada. Adormecia magoada a chorar. E ferida acordava, chorando o pouco que restava. Era a dor da saudade. Fechava os olhos e rezava de mãos juntas ao peito: por favor memória, não te esqueças da leveza que viveste; por favor memória, não te esqueças da Ana que foi e já não consegue ser.
Continue reading “Depressão pós-viagem.”