
Com 27 anos
voltei a estudar.
regressei a casa dos pais.
recomecei a minha vida.
descobri profundezas de mim.
Em 27 anos
aprendi que não caibo numa caixa.
sou mais do que rótulos,
e a ruptura com a ordem natural das coisas
satisfaz-me.
a liberdade é a minha maior plenitude.
sou alimentada por sonhos,
muitos deles ruíram dolorosamente.
aprendi ser feita de medo e coragem.
despegada, ternurenta e generosa.
enraizar-me não é uma prioridade,
e comparações são o meu maior demónio.
escondi-me dos outros,
mas sobretudo andei perdida de mim.
a aventura, o anormal e o risco
carregam-me de adrenalina.
viajar é a minha palavra preferida,
seja no palato, na vida, ou na mente.
amor é minha palavra preferida,
porque não consigo escolher só uma,
nem Ser só uma coisa.
a perfeição sempre me levou à desistência.
e a competitividade é-me intrínseca.
aceitação é um ato de amor,
mas também de luta e ruptura.
preciso de viver intensamente,
ou não vivo de todo.
um emprego não é só um ganha-pão,
é dedicar-me de alma, fé e coração.
uma vida natural traz-me paz.
a simplicidade acalma as minhas inseguranças.
a impermanência é a maior certeza.

A escrita ajuda-me
a acalmar a mente.
a compreender emoções.
a exteriorizar pensamentos.
a redimensionar os medos.
Este meu espaço online nunca poderá ser só sobre um tema.
Eu sou feita de intensidade, e de muitas coisas ao mesmo tempo.
Não há rótulo de assinatura ou de SEO que lhe consiga colocar.
Sou feita de tudo. E é de tudo que quero manter-me.
Ser inteira. E verdadeira.
Talvez seja por isso que gosto tanto de ter o meu cantinho www.
“This is the recipe of life
said my mother
as she held me in her arms as I wept
think of those flowers you plant
in the garden each year
they will teach you
that people too
must wilt
fall
root
rise
in order to bloom”
– rupi kaur
The sun and her flowers
